Após leituras e vídeo sobre a avaliação da escola e suas vantagens e ou significado prático, aponto um trecho que elucida o que é esta proposta, e como ela pode influenciar positivamente em nossas escolas:
“Inicialmente, ressaltamos como o SEAP permitiu que a escola ampliasse a participação efetiva e o poder de decisão das famílias. Isto ocorreu, principalmente, através da criação de espaços de diálogo, estabelecidos a partir de reuniões e assembleias com os diferentes segmentos da comunidade escolar como forma de realizar um diagnóstico da escola – tarefa exigida pelo SEAP. O diálogo vai ao encontro de teorias de gestão democrática, que demonstram a centralidade da participação e do diálogo para a democratização da escola (AZEVEDO; MENDONÇA, 2012, DRABACH; SOUZA, 2014). Ademais, o SEAP possibilitou que os processos de avaliação institucional desta escola se ampliassem dentro da comunidade escolar, valorizando as ideias dos diferentes segmentos – o que traz, em si, o princípio do reconhecimento das diferenças existentes na instituição escolar (SOUZA, 2007). O estabelecimento de espaços de diálogo e de reflexão também aparece como uma alternativa mais democrática a medidas de caráter gerencial, que posicionam as famílias como “clientes” da escola pública. Esta alternativa democrática pode ser identificada no SEAP, quando essas famílias foram chamadas à escola para a participação política – sendo o foco o processo avaliativo institucional –, o que também constituiu-se como um espaço de formação para e da política, conforme destacam Drabach e Souza (2014), estes elementos são princípios democráticos.”
Na minha escola, tivemos dificuldade de reunir os diversos segmentos para debater os temas propostos para posteriormente responder os questionários. Como o prazo estipulado foi reduzido e diante disto, tivemos que promover breves discussões para cumprir os prazos. Mesmo assim, partindo dos questionamentos e levantamento de problemas, conseguimos traçar algumas metas para melhorar e qualificar alguns espaços físicos da escola e adequação e fortalecimento de uma série de práticas pedagógicas
O que um diretor brasileiro aprendeu ao ver a gestão de uma escola pública norte-americana
Diretores com mais poder, inclusive o de contratar os professores, e mais responsabilidades, podendo até serem demitidos se desempenho da escola for ruim
"A biblioteca é organizada como um espaço de busca de informações", explica Willmann Costa sobre escola norte-americana
Um gestor educacional, mas que não fica longe de ser um diretor de uma empresa. O diretor de uma escola pública nos Estados Unidos tem uma autonomia grande para tomar decisões no dia a dia da instituição, inclusive o de contratar ou demitir professores. No entanto, ele também responde pelo desempenho geral dos alunos e, diante de resultados ruins nas avaliações externas, sua própria posição pode ser questionada.Essa foi uma das lições aprendidas por Willmann Silva Costa, diretor do Colégio Estadual Chico Anysio, do Rio de Janeiro, após conhecer o trabalho na Live Oak Elementary School, uma escola pública da cidade que atende alunos de 6 aos 11 anos na cidade de Austin, Texas. A visita fez parte das atividades da comitiva de 11 profissionais de Educação brasileiros levados aos Estados Unidos para a South by Southwest (SXSWedu), principal evento de inovação em educação no mundo, realizada no entre os dias 6 e 9 deste mês.
Além de comentar o papel do gestor escolar nos EUA, Willmann também falou sobre como é a infraestrutura de uma instituição de ensino e como vários elementos, da concepção da sala de aula ao mobiliário do refeitório, são feitos de modo a aproveitar ao máximo o espaço.
ESTRUTURA FÍSICA
“A escola foi claramente pensada para essa finalidade. Os espaços são amplos. É possível fazer várias atividades que exijam movimentação dos pequenos. As salas são aconchegantes com sofás e poltronas à disposição. Ao mesmo tempo, há mesas e cadeiras para a realização de atividades, mas não são enfileiradas e, sim, distribuídas de maneira circular. Além disso, cada sala tem banheiros e pias. Desse modo, eles não precisam que alguém saia da sala para levar o pequeno ao toalete.
A biblioteca é organizada como um espaço de busca de informações e o silêncio absoluto não é uma norma. Livros e computadores convivem muito bem no mesmo ambiente e os alunos podem conversar sobre o que descobrem nas pesquisas. Na minha escola, já fiz essa adaptação e trouxe alguns computadores para a biblioteca.
Outro ponto que me chamou a atenção é a mobília. No refeitório, as mesas são desmontáveis e têm rodinhas. No mesmo ambiente há um palco. Quando é necessário transformá-lo em um auditório, as mesas são facilmente retiradas.”
"As salas são aconchegantes com sofás e poltronas à disposição", conta o diretor Willmann Costa sobre escola norte-americana
EQUIPE
“Na Live Oak, os diretores não são eleitos pela comunidade escolar, mas passam por um processo de seleção conduzido pelo estado em que lhes é exigido título mínimo de mestre. Achei que, desse modo, não fica aquela sensação de estar devendo algo por ter sido eleito e dá mais liberdade para tomar medidas impopulares, mas necessárias. Além disso, valoriza a formação do profissional para que ele esteja nesse cargo de gestão. Os professores não são contratados por concurso público, como no Brasil. Todos eles passam por entrevista com o diretor da escola que decide quem escolher e, caso o gestor avalie que o trabalho de algum não está funcionando, também é ele quem decide pela permanência ou dispensa.”
AVALIAÇÃO EXTERNA
“O país possui uma base curricular comum (Common Core) e, é com base nela que são feitas as avaliações externas. Os resultados dessas provas vêm com um diagnóstico dos pontos que precisam ser melhorados e pesam nas costas do diretor. É dele a responsabilidade primeira pelo desempenho da escola. Tanto que, se a escola for muito mal, ele pode ser dispensado de suas funções. Mas é na sala de aula que a aprendizagem acontece. Pensando nisso, a diretora da Live Oak me contou que ela sempre estuda o resultado, promove formações e incentiva os professores a buscarem cursos sobre os temas em que o desempenho da turma foi pior. Ela me contou que a resposta costuma ser muito positiva.”
INCLUSÃO
“É muito bacana o encaminhamento dado ao atendimento de alunos com deficiência. Como a escola funciona em tempo integral, há um período separado para a realização de trabalhos e atividades em geral. Por exemplo, se o professor passou um trabalho em grupo de História para entregar daqui duas semanas, os alunos podem usar esse tempo para fazê-lo. Também é esse o momento em que os estudantes que precisam de uma atenção extra vão para um espaço em que recebem um atendimento especial. Assim, eles nunca são retirados de sala de aula.”
Penso que no diagnóstico, somos levados a fazer uma análise sobre a realidade escolar que temos. Contudo, esta vai além dos limites estreitos de um levantamento de dados e informações referentes à realidade escolar, pois requer também a leitura e interpretação dos fatos à luz da filosofia político-pedagógica definida no marco filosófico. O diagnóstico situa, ainda,a distância do ponto de nosso ponto de partida, que é a nossa realidade, ao nosso ponto de chegada, que é a realidade que almejamos. Destaco ainda, que o diagnóstico identifica os problemas mais relevantes da comunidade escolar que necessitam de intervenção, mas, ao mesmo tempo, também propicia a identificação dos pontos fortes, fatores, elementos, componentes positivos da realidade que podem ser otimizados e usados para diversos fins e inclusive redirecioná-las como um importante suporte à resolução e ou ao equacionamento dos problemas identificados.
O Conselho Escolar, no estabelecimento de ensino no qual atuo, tem representatividade de professores, pais, estudantes, funcionários e direção. Cabe salientar, que os Conselhos Escolares são órgãos colegiados compostos por representantes da comunidade escolar e local, que tem como atribuição, deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas, financeiras,no âmbito da escola. Cabe, ainda ressaltar que é função do conselho, também analisar as ações, a empreender os meios, e definir como utilizar para o cumprimento das finalidades da escola. Eles representam as comunidades escolar e local, atuando em conjunto e definindo caminhos para tomar as deliberações que são de sua responsabilidade. Representam assim, um lugar de participação e decisão, um espaço de discussão, negociação e encaminhamento das demandas educacionais, possibilitando a participação social e promovendo a gestão democrática. Se considerarmos a contribuição fundamental da escola pública para a construção de uma cidadania participativa e a tomarmos como uma construção permanente e coletiva, veremos que os Conselhos Escolares são, primordialmente, o sustentáculo do projeto político pedagógico, que permitem a definição dos rumos e das prioridades das escolas, numa perspectiva emancipadora, que realmente considera os interesses e as necessidades da maioria da sociedade. Saliento, que no estabelecimento onde atuo, em relação a participação, não conseguimos reunir sistematicamente todos os segmentos, tendo em vista a tímida participação dos pais na escola. São convidados, convocados e muitas vezes não comparecem. Sempre que possível, e em todos os segmentos, o conselho tem poder decisório, pois penso que partilhar decisões nos proporciona uma melhor sustentação das ideias e dos diversos projetos que empreendemos.